Quanto ganha um Policia Federal?

Veja os salários para as diferentes áreas de atuação

O governo federal entrou em um acordo com sindicatos e associações que representam a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Este pacto visa reestruturar algumas carreiras dessas instituições, incluindo aumentos escalonados de remuneração entre 2024 e 2026. As negociações com os agentes penais ainda estão em discussão no Ministério de Gestão e Inovação.

Quais cargos serão contemplados?

O termo firmado abrange os seguintes cargos da Polícia Federal: delegados, peritos criminais, agentes, escrivães e papiloscopistas. Aqueles que ocupam os cargos de delegado e perito criminal na categoria especial serão os maiores beneficiários, com o subsídio potencialmente atingindo R$ 41 mil no auge de suas carreiras.

Veja quanto cada cargo e categoria receberá ao final do reajuste, em 2026:

Delegados e Peritos Criminais

  • Especial: R$ 41.300
  • Primeira Classe: R$ 35.300
  • Segunda Classe: R$ 30.800
  • Terceira Classe: R$ 27.800

Escrivães, Agentes e Papiloscopistas

  • Especial: R$ 25.200
  • Primeira Classe: R$ 19.600
  • Segunda Classe: R$ 16.700
  • Terceira Classe: R$ 14.700

Policiais Rodoviários Federais

  • Maior Salário: R$ 23.000
  • Salário de Entrada: R$ 12.200

Como os reajustes serão feitos?

Os reajustes salariais serão aplicados em etapas, previstas para ocorrer em agosto de 2024, maio de 2025 e maio de 2026. As porcentagens de aumento vão de 1% a mais de 22%, conforme o cargo e a categoria do servidor. De modo geral, em 2024, os reajustes vão oscilar entre 3% e 22%, enquanto em 2025, as correções serão de 5% a 22%.

No caso da PRF, o reajuste abrange a carreira de policial rodoviário federal, com o novo salário inicial passando a ser de R$ 12.200.

Negociações

A secretária adjunta de Relações de Trabalho, Meri Lucas, explicou que o resultado é fruto de uma “longa jornada” de negociações. “Chegamos a um bom termo, ao melhor acordo possível. É resultado de muito esforço, que envolve tanto os secretários José Feijóo [Relações de Trabalho] e José Celso [Gestão de Pessoas] quanto a própria ministra Esther Dweck e o ministro Flávio Dino”, afirmou.

O acordo firmado não agradou a categoria.
O acordo firmado não agradou a categoria. Veja o que eles argumentam. Imagem: Agência Brasil

O que dizem os policiais?

Embora o acordo tenha sido firmado, nem todos os servidores da PF e PRF ficaram satisfeitos com as revisões. Luciano Leiro, presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), reconheceu o “progresso importante”, mas expressou algumas críticas.
“Lamentamos o fato de os servidores administrativos terem ficado de fora do acordo, e que aumento da 3ª classe tenho sido inferior ao do Executivo geral, o que enfraquece o sentido de valorização uniforme da Polícia Federal”, disse.

Para a presidente do Sindicato dos Policiais Federais em São Paulo (SINPF/SP), Susanna Do Val Moore, as correções não reestruturaram a carreira e deixam de contemplar todos os funcionários. Segundo ela, a medida “aumentou ainda mais a insatisfação geral”.

“Não corrige as divergências salariais que a reestruturação até então prometida pela União faria. Faltando cinco dias para terminar o ano, no apagar das luzes, o governo mudou tudo e apresentou uma recomposição linear, apenas. Isso deixou a categoria inconformada”, disse, em nota.

Proposta de reajuste geral e contrapartidas

No ano passado, o Ministério de Gestão e Inovação apresentou oficialmente a proposta de aumento salarial de 9% para todos os servidores públicos, divididos em duas parcelas, além de melhorias nos auxílios de alimentação e creche.

Contudo, a resposta do governo não foi bem recebida pelos funcionários da administração pública, que reivindicavam um reajuste mais significativo, manifestaram descontentamento com a publicação de uma norma sobre grevistas e se opõem à possível implementação de uma reforma administrativa em 2024.

Reforma administrativa em pauta

Durante o governo Bolsonaro, o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propunha mudanças na administração pública. A proposta incluía o fim da progressão automática de carreira dos servidores, a permissão para reduzir salários e a revisão de férias superiores a 30 dias anuais.

A administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está considerando outras alterações, como a redução do número de carreiras no serviço público de 150 para 30. Entre os cargos que poderiam ser eliminados estão os da Polícia Federal, auditores fiscais e analistas.

Qual o impacto do reajuste no orçamento do governo?

O reajuste salarial para os policiais federais e rodoviários federais terá um impacto significativo no orçamento do governo. Com a implementação gradual das correções até 2026, será necessário alocar recursos adicionais para honrar os novos valores.

Além disso, as negociações com outras categorias de servidores públicos, como os agentes penais, ainda estão em andamento. O desafio será encontrar um equilíbrio entre atender às demandas salariais e manter a sustentabilidade fiscal.

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