Quem são os aborígenes?

 

Um dos lugares mais remotos do planeta, a Austrália, é lar, também, dos povos de cultura ancestral continuada mais antiga, conhecida: são os (antes chamados) aborígenes.

Pouco conhecidos, extremamente massacrados, os povos originais da Austrália e Tasmânia (uma ilha australiana) conseguiram conquistar direitos iguais apenas no final do século 20, apesar de estarem nas ilhas há mais de 65 mil anos.

São povos que conseguiram manter suas culturas ancestrais preservadas, mesmo sem terem desenvolvido sistemas de escrita no formato indo-europeu, até começarem a ser perseguidos pelos colonizadores ingleses a partir dos anos de 1700.

Mas quem são esses povos?

 

Aborígenes não se chamam de aborígenes

A primeira coisa, a saber, sobre eles é que os nomes dos grupos de povos nativos australianos não são “aborígenes”. Essa palavra veio de colonizadores e estudiosos europeus.

A palavra vem do latim “ab origene”, e significa algo como “desde a origem”. Conceitualmente pode-se dizer que a palavra é um sinônimo para “nativo” ou mesmo indígenas.

Contudo, ela virou um amalgama para se referir aos nativos e descendentes dos povos originários da Austrália, apesar de existirem mais 400 grupos étnicos. Alguns grupos chamaram a atenção dos ingleses por terem pele negra e cabelos loiros.

Vale dizer que no país vizinho, a Nova Zelândia, não tem aborígenes, mas maoris, que são outro povo, com outra cultura, sistema linguístico etc.

Alguns dos grupos são os Amarak, Bidia, Duwal ou Kamilari. Contudo, apesar de a população australiana ser de 25 milhões de habitantes, apenas 1% é de nativos, embora haja milhões de australianos com antepassados indígenas.

Até meados dos anos 90, a maioria dos remanescentes de povos originários vivia em favelas, ou vilarejos afastados, mas hoje há diversos esportistas, artistas e políticos. A maior parte deles não é conhecida fora da Austrália, entretanto.

 

Chacinas dos povos originários

Antes da independência australiana, em 1901, os nativos sofreram diversas chacinas e genocídios, por meios semelhantes àqueles empregados na Américas e continente africano, como a propagação de doenças, incentivos a disputas internas e guerras propriamente ditas.

Uma dessas guerras foi a Guerra Negra, entre 1820 e 1832, entre colonos britânicos e nativos tasmânios. Uma das poucas sobreviventes foi Truganini (1812-1876), última mulher nativa não miscigenada, e última falante da língua de seu grupo étnico.

 

Povos aborígenes hoje

Após a independência australiana em 1901, severas medidas eugenistas foram aplicadas contra os povos originários, incluindo o rapto de mais de 100 mil crianças, para creches institucionais, para reeduca-las. Essas crianças foram chamadas de Geração Roubada.

Além disso, o direito ao voto, por parte de nativos só foi aprovado nos anos 60 e leis contra a discriminação racial só foram aprovadas nos anos 70, mas muitos territórios aborígenes eram invadidos ou tomados pelo governo, realidade que só mudou em 1992.

Mesmo assim, muitos ainda vivem em favelas, sem trabalho formal, recebendo auxílios do governo. Os índices de suicídios e uso de drogas é maior entre nativos australianos, e em 2007 ainda havia diversos casos de abuso sexual contra esses povos.

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