5 técnicas para dar adeus à repetição de palavras
Dê adeus à repetição nos seus textos e torne sua escrita mais rica, fluida e envolvente!

Você já escreveu um texto e percebeu que usou a mesma palavra várias vezes, como se ela estivesse grudada no seu teclado? A repetição excessiva pode deixar sua escrita cansativa e até prejudicar a clareza da mensagem. Felizmente, existem estratégias simples, e extremamente eficazes, para driblar esse problema e tornar seu texto mais fluido e profissional. Aqui, ainda irá conhecer 5 técnicas infalíveis para escapar da repetição de palavras e enriquecer seu vocabulário de forma prática. Prepare-se para transformar a escrita!
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Técnicas para evitar a repetição de palavras
Pergunta sincera a você, leitor: também já ficou incomodado ao assistir um vídeo no YouTube em que a pessoa repete a mesma palavra inúmeras vezes, como se não houvesse outras formas de se referir àquele objeto, lugar ou pessoa? É uma situação frustrante e, muitas vezes, acaba distraindo do conteúdo principal. Essa repetição, quando ocorre na linguagem falada, já causa certo desconforto, mas, quando aparece em um texto escrito, o impacto negativo pode ser ainda mais grave.
A repetição excessiva de palavras compromete a qualidade da escrita, empobrece a estrutura do texto e revela possíveis limitações no vocabulário de quem escreve. Um leitor atento pode perder o interesse quando se depara com termos reaparecendo a cada parágrafo, como se o autor estivesse preso em um loop linguístico. Além disso, a escolha repetitiva de palavras transmite uma impressão de descuido ou inexperiência, o que pode minar a credibilidade do texto.
Neste artigo, você vai conhecer cinco estratégias eficientes e acessíveis que ajudam a evitar esse erro comum e elevam o nível da sua produção textual. Mas, antes de explorarmos as técnicas, é importante entender por que fugir da repetição deve ser uma prioridade para quem quer escrever melhor.
Por que isso é um problema sério?
1. Redução da variedade lexical
O uso contínuo de termos iguais ou muito semelhantes demonstra uma limitação no repertório linguístico do autor. Um texto rico em vocabulário, por outro lado, expressa sofisticação e habilidade de comunicação. A falta dessa variedade transmite a ideia de que o autor desconhece alternativas ou não domina bem o idioma.
2. Monotonia e cansaço na leitura
Quando uma palavra aparece repetidamente, o texto se torna previsível e entediante. Isso reduz o envolvimento do leitor e aumenta a chance de ele abandonar a leitura antes do fim. Um bom texto deve prender a atenção — e a repetição excessiva vai no caminho contrário.
3. Enfraquecimento da mensagem
Quanto mais uma palavra é utilizada, mais ela perde sua força expressiva. Ao insistir nos mesmos termos, o autor corre o risco de banalizar ideias importantes, tornando difícil destacar o que realmente importa.
Vamos às dicas de como NÃO repetir as palavras
Agora que você já entende os riscos da repetição na escrita, veja como é possível driblá-la com técnicas simples, mas muito eficazes:
1. Hiperonímia
A hiperonímia é o uso de termos mais amplos que englobam outros mais específicos. Trata-se de uma forma inteligente de alternar palavras sem comprometer o sentido.
Exemplo:
“A pequena Lara tomou um remédio com um gosto horrível. Sua mãe prometeu nunca mais comprar aquela medicação.”
Neste caso, medicação é um hiperônimo de remédio.
2. Sinonímia
Sinônimos são palavras que compartilham significados semelhantes e podem ser usados para substituir termos repetidos sem alterar o conteúdo. Cuidado, no entanto, com os falsos sinônimos ou com a mudança de tom que alguns termos podem provocar.
Exemplo:
“Ele estava feliz com a notícia, realmente contente com o resultado.”
3. Hiponímia
Ao contrário da hiperonímia, a hiponímia usa termos mais específicos para evitar a repetição de palavras mais gerais.
Exemplo:
“A viúva ficou tão descontrolada que precisou tomar um remédio. Após ingerir o calmante, finalmente se acalmou.”
Aqui, calmante é um hipônimo de remédio.
4. Metonímia
A metonímia consiste em substituir uma palavra por outra que tenha com ela uma relação de sentido, como o autor pela obra, o conteúdo pelo recipiente, entre outras associações.
Exemplo:
“Vamos estudar Machado de Assis este semestre.”
Aqui, usa-se o nome do autor para se referir à sua obra.
5. Zeugma e elipse
Essas duas figuras de linguagem envolvem a omissão de palavras já conhecidas pelo contexto. A elipse elimina um termo não mencionado antes, enquanto o zeugma omite um termo que já apareceu anteriormente na oração.
Exemplos:
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Elipse: “Chegamos cedo e fomos direto ao banheiro.” (O sujeito nós foi omitido.)
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Zeugma: “Lucas pediu pizza; Maria, hambúrguer.” (Pediu foi suprimido na segunda oração.)
Mycarla Oliveira, especialista em língua portuguesa, no portal Pensar Cursos, também detalha sobre “A beleza e origem das palavras aportuguesadas”, ou seja, termos que nasceram em outros idiomas, mas que, ao longo do tempo, foram abraçados pela nossa língua com novas formas, pronúncias e sentidos.