Adeus, vício de linguagem – você sabe o que é tautologia?

Neste artigo, exploramos os vícios de linguagem mais comuns e explicamos por que evitá-los pode tornar sua comunicação mais clara e objetiva.

A tautologia é um conceito fundamental na lógica e na filosofia, caracterizada pela repetição desnecessária de uma ideia, que acaba sendo afirmada de forma redundante. Esse fenômeno ocorre quando uma proposição é verdadeira em todas as suas interpretações, independentemente dos valores atribuídos às variáveis envolvidas.

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Na linguagem cotidiana, uma tautologia pode ser vista como uma afirmação que, ao ser dita, não acrescenta nenhuma nova informação, como por exemplo: “Aquele que é rico tem dinheiro.” Embora simples em sua forma, as tautologias desempenham um papel importante na estruturação do pensamento lógico, na análise de argumentos e na compreensão dos limites da linguagem.

O que é tautologia?

De acordo com o dicionário Michaelis, a tautologia pode ser definida de duas maneiras: como um vício de linguagem que consiste na repetição desnecessária de uma ideia usando palavras sinônimas, ou como um erro que ocorre quando uma repetição de um pensamento é apresentada de forma diferente, mas sem acrescentar novos elementos ao conteúdo. A origem do termo remonta ao grego, onde tautos significa “o mesmo” e logos significa “discurso” ou “assunto”. Dessa forma, a tautologia é, essencialmente, um outro nome para o pleonasmo vicioso, uma falha indesejada em qualquer tipo de redação. Caso você nunca tenha refletido sobre o uso de tautologias em seus textos, é hora de entender como essa prática pode afetar a clareza e a objetividade da escrita.

A tautologia se caracteriza pela repetição de uma ideia já expressa, frequentemente por meio de palavras diferentes, e geralmente surge da falta de compreensão do significado exato dos termos utilizados. Esse desconhecimento leva à redundância — também chamada de pleonasmo vicioso — e cria a sensação de que o autor está tentando enganar o leitor com uma aparente “sofisticação” linguística, quando, na verdade, a repetição excessiva resulta apenas em um bloqueio no desenvolvimento do texto.

Quando o leitor percebe que a informação não avança devido a essa falácia, a confiança no autor é comprometida, deixando a impressão de que o autor acredita que falar mais ou usar palavras mais complexas gerará mais atenção; no entanto, essa estratégia acaba por ter o efeito contrário, tornando a escrita cansativa e ineficaz. Para evitar essa armadilha e garantir que sua redação seja clara e objetiva, é essencial estar atento ao uso da tautologia.

A construção de textos coerentes e coesos exige, entre outros aspectos, a eliminação da redundância, já que repetir constantemente a mesma ideia não agrega valor à mensagem. A seguir, você encontrará uma lista de expressões tautológicas que devem ser evitadas para melhorar a qualidade da sua escrita.

Adeus, vício de linguagem – você sabe o que é tautologia? (Foto: Unsplash).
Adeus, vício de linguagem – você sabe o que é tautologia? (Foto: Unsplash).

É redundância? Ou algo mais?

A tautologia, muitas vezes confundida com simples redundância, é uma característica presente em nosso discurso, tanto na fala quanto na escrita. São inúmeras as expressões que utilizamos sem perceber que repetem a mesma ideia de maneira desnecessária. Veja alguns exemplos:

  • A partir de agora
  • Certeza absoluta
  • Acabamento final
  • Completamente vazio
  • Criação nova
  • Demasiadamente excessivo
  • Abertura inaugural
  • Subir para cima
  • Entrar pra dentro
  • Descer para baixo
  • Sair para fora
  • Compartilhar conosco
  • Elo de ligação
  • Expressamente proibido
  • Estrelas do céu
  • Metades iguais
  • Exceder em muito
  • Fato real
  • Frequentar constantemente
  • Escolha opcional
  • Ganhar grátis

São tantos exemplos que seria impossível abordá-los todos em um único artigo! A criatividade humana é imensa quando se trata de criar tautologias, e esses pleonasmos, como os listados acima, são apenas a ponta do iceberg. Além deles, há também expressões mais sutis que, muitas vezes, passam despercebidas, mas que são igualmente redundantes e fazem parte do nosso vocabulário habitual, funcionando como uma combinação perfeita de palavras. Exemplos disso incluem:

  • Há anos atrás
  • Principal protagonista
  • Monopólio exclusivo
  • Preparar de antemão
  • Manusear com as mãos
  • Breve alocução
  • Proseguir adiante
  • Prever antes
  • Falso boato
  • Prevenir antecipadamente
  • Vereador da cidade
  • A razão é por que
  • Sintomas indicativos
  • A seu critério pessoal
  • Possivelmente poderá acontecer
  • Continua a permanecer
  • A última versão definitiva
  • Detalhes minuciosos

A presença da tautologia é notável em diversos campos, desde a filosofia até a lógica, mas é na linguagem que suas ocorrências são mais comuns e frequentemente questionadas. No uso cotidiano da língua, especialmente na fala, o fenômeno é praticamente inofensivo, pois a linguagem oral permite maior flexibilidade e adaptação ao contexto. No entanto, nos textos escritos, em especial quando se busca seguir as normas cultas da língua, a tautologia pode comprometer a clareza e a objetividade do texto. Portanto, é fundamental estar atento a esses exageros linguísticos, principalmente quando se deseja uma comunicação mais precisa e eficiente.

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