Teoria dos atos de fala: conheça, entenda e pratique
Veja como ela transforma a linguagem por meio de três atos simultâneos: locucionário (a expressão literal), ilocucionário (a intenção comunicativa subjacente) e perlocucionário (o efeito desejado no receptor).
Já parou para analisar a teoria dos atos da fala? Se perguntou por que falamos? Será que podemos realizar ações por meio das palavras? Qual é a força das palavras para provocar mudanças? O que nos motiva a expressar algo? Essas são questões centrais da teoria dos atos de fala. O filósofo Ludwig Wittgenstein, um dos primeiros a explorar a filosofia da linguagem, mostrou que o significado das palavras é construído por meio do seu uso em contextos variados; no entanto, isso levou a outras perguntas intrigantes. Entenda essa história.
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Teoria dos atos de fala
A teoria dos atos de fala foi inicialmente apresentada por John Langshaw Austin (1911-1960), um filósofo influente da Escola Analítica de Oxford. Posteriormente, essa teoria foi aprimorada por John Searle (1932), um estudioso da filosofia da linguagem. Essencialmente, a teoria sugere que a fala vai além da simples transmissão de informações. Para Austin, falar é uma forma de ação, onde o ato de falar representa uma maneira de influenciar o interlocutor e o mundo ao redor, conferindo significado a eles. Portanto, o ato de fala é qualquer ação que se realiza por meio da linguagem.
Para Austin, essa perspectiva ultrapassa a visão descritiva da língua, que considera que uma afirmação serve apenas para descrever um estado de coisas e, assim, pode ser verdadeira ou falsa. De acordo com o filósofo, algumas declarações não têm a função de descrever, mas sim de realizar ações.
Portanto, é fundamental conhecer e compreender o contexto (quem está falando, com quem está falando, o propósito da fala, o local da fala, e o conteúdo da fala) para captar todas as pistas necessárias à completa compreensão das declarações.