Tipos de narrador: 1ª e 3ª pessoa, focos narrativos e mais
A identificação do narrador te ajuda a contextualizar o enredo e a avaliar a credibilidade das informações na história.
Os tipos de narrador são poucos, mas ainda confundem! Eles são encontrados nas narrativas, que nada mais são do que relatos de eventos e acontecimentos, ficcionais ou não, que seguem uma ordem cronológica, apresentando cenas e personagens bem definidos. Um elemento fundamental nesse tipo de texto é a voz narrativa, ou seja, o narrador. Isso, porque ele pode assumir várias formas para contar a história, seja como a de uma testemunha, um personagem ou até uma “consciência” que vê diferentes ambientes dentro do mesmo enredo.
Veja algumas das estruturas de narração e entenda de uma vez por todas a importância delas na composição de uma história. Aprofunde-se nesta leitura e aprenda a identificar
A narração em nossas vidas
Não há dúvidas de que a narração, no geral, tem sido uma parte essencial da história da humanidade, visto que ela foi e segue sendo fundamental para relatar eventos recentes e históricos, como um encontro a dois engraçado, experiências do dia a dia, ou mesmo a descoberta de uma civilização antiga.
Ao longo da vida, os indivíduos frequentemente assumem o papel de narradores, moldando a história ao encadear os eventos em ordem cronológica e destacar os elementos considerados mais relevantes para o enredo. Essa habilidade narrativa é usada comumente para tornar as histórias mais envolventes e interessantes.
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Nesse meio, você encontrará o foco narrativo, que também conhecido como ponto de vista, e nada mais é do que uma das características mais importantes na construção de uma narrativa. Ele determina quem conta a história e a perspectiva a partir da qual as cenas são apresentados.
Veja os principais tipos, aprenda a reconhecê-los e use o mais conveniente para a sua história.
Tipos de narrador
A escolha do foco narrativo ideal influencia significativamente a experiência do leitor e a maneira como a história é percebida. Cada tipo de foco tem as suas próprias vantagens e desafios, assim, a seleção adequada depende dos objetivos do escritor e da natureza do que está sendo contado. A habilidade de escolher e manipular essa parte da história é uma ferramenta essencial para escritores focados na criação de narrativas envolventes e cativantes.
Em primeira pessoa
O narrador em primeira pessoa é um dos pontos de vista mais íntimos e imersivos encontrados na literatura. Aqui, a história é contada por um dos personagens da trama, que utiliza pronomes, como “eu” e “meu”, para se referir a si mesmo. Esse narrador está diretamente envolvido nos eventos da história e compartilha as suas experiências, pensamentos, emoções, sentimentos e percepções sobre outros e o resto com quem lê.
Uma das características mais marcantes do narrador em primeira pessoa é a subjetividade. Como a narrativa é filtrada pela perspectiva do narrador, o leitor tem acesso direto aos pensamentos e emoções desse personagem. Isso cria uma conexão forte entre o leitor e o narrador, pois oferece uma imersão profunda na mente do indivíduo.
E para contornar a questão da parcialidade, muitos escritores adotam uma abordagem interessante: eles empregam diferentes narradores em primeira pessoa para contar o conteúdo dos capítulos. Isso permite a exploração de diferentes pontos de vista sem alterar a estrutura narrativa.
Veja um exemplo de uma narração em primeira pessoa e analise suas características:
“Em uma noite escura e silenciosa, eu estava sozinho naquela estrada deserta e fria. O vento sussurrava entre as árvores, enquanto a lua cheia lançava luz sobre o asfalto vazio. Eu me encolhi dentro do casaco, sentindo o frio penetrar os meus ossos, e continuei a caminhar. Meus pensamentos vagavam para longe, perdidos em lembranças distantes, sem rumo, na escuridão que me envolvia.”
Em terceira pessoa
Agora o narrador em terceira pessoa é, sem dúvidas, uma das formas mais comuns de contar uma história. Nesse tipo de narrativa, alguém externo, que não é um personagem da história, relata os eventos e as ações dos personagens. O narrador em terceira pessoa pode ser apenas observador, relatando os acontecimentos de forma imparcial, ou pode ter um grau variado de conhecimento sobre os pensamentos, emoções e motivações dos personagens, dependendo do estilo adotado pelo autor. Veja essas duas alternativas:
- Limitado
Ele foca a sua atenção em um personagem principal específico e relata os eventos sob a perspectiva desse indivíduo, compartilhando os pensamentos, sentimentos e percepções dele. Embora o narrador não participe diretamente das cenas, ele tem acesso ao “mundo interno” do personagem escolhido, que normalmente é o protagonista. Isso oferece uma conexão próxima com a experiência desse personagem, mas mantém uma certa distância dos demais.
- Onisciente
Aqui, ele tem conhecimento absoluto sobre todos os personagens e eventos. Ele pode acessar os pensamentos, as emoções e motivações de todo mundo, assim, consegue revelar informações que os próprios personagens podem não conhecer ainda. Isso proporciona uma visão ampla e completa da narrativa.
Veja um exemplo de uma narração em terceira pessoa e analise suas características:
“Enquanto Anna caminhava pelas ruas estreitas, seu coração pulsava com a excitação de um novo dia. Ela sabia que hoje seria especial; afinal, era o dia em que partiria em uma jornada para descobrir os segredos além das fronteiras de seu amado vilarejo. Mas, embora ansiasse por aventura, havia uma sensação de melancolia pairando no ar, uma despedida iminente que ela ainda não conseguia compreender.”
Como vimso, o tipo de narrador influencia muito a experiência do leitor, então escolha com sabedoria.