Dúvida de português: devo escrever “até às” ou “até as”?
A crase é um fenômeno da língua que acontece quando duas vogais iguais se combinam

A língua portuguesa apresenta diversas facetas que podem gerar dúvidas entre os falantes. Uma questão recorrente é o uso correto da expressão “até às” ou “até as”. Esta dúvida surge frequentemente em contextos temporais e espaciais, deixando muitos em busca da forma mais adequada de se expressar.
Para esclarecer essa questão, é fundamental compreender o conceito de crase e as regras que regem seu uso facultativo. A crase, sinalizada pelo acento grave (`), ocorre quando há a combinação da preposição “a” com o artigo definido “a” ou “as”. No entanto, em determinadas situações, o emprego da crase torna-se opcional, permitindo variações na escrita sem comprometer o sentido da frase.
Nesta matéria, saiba detalhadamente as regras gramaticais que envolvem o uso de “até às” e “até as”, analisando exemplos práticos e orientações claras para ajudar na escolha da forma mais apropriada em diferentes contextos.
O que é crase e quando usá-la
A crase é um fenômeno da língua que acontece quando duas vogais iguais se combinam. No português, ela é mais comumente observada na junção da preposição “a” com o artigo definido feminino “a” ou “as”. O acento grave (`) é utilizado para indicar essa contração.
A utilização da crase é necessária em várias circunstâncias, tais como:
- Antes de palavras femininas que admitem artigo:
- Vou à escola.
- Refiro-me à aluna.
- Em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas compostas por termos femininos:
- À noite
- À medida que
- À proporção que
- Antes de nomes de lugares que utilizam artigo:
- Vou à França.
- Retornei à Lisboa.
- Na indicação de horas exatas:
- A reunião está marcada para às 14h.
Entretanto, existem casos em que o uso da crase é facultativo, o que leva à dúvida entre “até às” e “até as”.
Crase facultativa: quando o uso é opcional
A crase facultativa ocorre em situações específicas onde tanto o uso quanto a omissão do acento grave são considerados corretos. Isso proporciona flexibilidade na escrita, permitindo que o autor escolha a forma que melhor se adequa ao contexto ou estilo do texto.
Os principais casos de crase facultativa são:
- Após a preposição “até”
- Antes de nomes próprios femininos
- Antes de pronomes possessivos femininos
Aqui, é apresentado explicações referentes ao primeiro caso, que está diretamente relacionado à dúvida entre “até às” e “até as”.
A preposição “até” e seu impacto na crase
A preposição “até” desempenha um papel importante na questão da crase facultativa. Quando utilizada antes de substantivos femininos precedidos de artigo definido, ela torna o uso da crase opcional.
Isso ocorre porque a preposição “até” pode ser usada sozinha ou seguida da preposição “a”. Quando usada sozinha, não há contração com o artigo, portanto, não há crase. Quando seguida de “a”, ocorre a contração, resultando na crase.
Exemplos:
- Vou até a loja. (sem crase)
- Vou até à loja. (com crase)
“Até às” ou “até as”: qual a forma correta?
Considerando a regra da crase facultativa após a preposição “até”, tanto “até às” quanto “até as” são formas corretas de escrita. A opção por uma forma ou outra depende da preferência do autor ou do contexto em que a expressão é empregada.
É importante notar que:
- “Até as” é mais comum no português brasileiro.
- “Até às” é mais frequente no português europeu.
Ambas as formas são aceitas pela norma culta da língua portuguesa e podem ser utilizadas em textos formais e informais.
Uso de “até às” e “até as” em contextos temporais
Um dos usos mais frequentes dessas expressões ocorre em referências temporais, especialmente ao indicar horários. Nestes casos, a crase continua sendo facultativa.
Exemplos:
- A loja ficará aberta até as 22h.
- O evento se estenderá até às 23h30.
Uso de “até às” e “até as” em contextos espaciais
Além das referências temporais, essas expressões também são utilizadas para indicar limites espaciais. Novamente, a crase é opcional nestas situações.
Exemplos:
- Caminhamos até as montanhas.
- A enchente chegou até às margens do rio.
A escolha entre uma forma ou outra não altera o significado da frase e depende da preferência do autor.
Diferenças sutis de significado
Embora ambas as formas sejam corretas, alguns gramáticos argumentam que pode haver uma sutil diferença de significado em determinados contextos:
- “Até as” pode indicar inclusão do limite mencionado.
- “Até às” pode sugerir proximidade, mas não necessariamente inclusão do limite.
Exemplo:
- As águas subiram até as janelas. (incluindo as janelas)
- As águas subiram até às janelas. (chegando próximo às janelas)
aprendi com um especialista em português que,qdo,em relação a destino,se fizer a pergunta contraria,ou seja:vim da …. usa-se crase;concordas?