Uso da crase: APRENDA AGORA e não faça feio nas redações
Entender o recurso é necessário para se aprofundar na definição e nas regras
Entre as diversas polêmicas da língua portuguesa está o uso da crase. Isso porque é algo que tende a trazer dúvidas quanto à utilização adequada, conforme as normas vigentes. Dessa forma, entender o recurso é necessário para se aprofundar na definição e nas regras.
Primeiramente, devemos entender bem o que quer dizer “crase”. Abaixo, mostraremos um pouco do conceito, bem como a aplicação através de exemplos. Assim, será mais fácil aplicar em qualquer redação ou texto que for escrever.
O que é a crase?
Crase é a junção dos dois sons proferidos do “a”, onde um deles é o som de uma preposição a obrigatoriamente; já a outra sonoridade pode ser de:
- Pronome demonstrativo a (que é a redução de aquela);
- Artigo a;
- Primeira sílaba de pronomes demonstrativos (aquele, aquela – com plurais – e aquilo).
Então, o fenômeno onde acontece a junção de preposição e artigo recebe o acento que o caracteriza: a crase. Abaixo, mostraremos o uso onde a crase é facultativa, onde é necessária e onde não deve aparecer nunca.
Uso da crase
Facultativa
Antes dos pronomes possessivos femininos. Por exemplo:
- Levaremos o carro à (a + a) oficina.
- Levaremos o carro a (só a preposição) oficina.
Antes dos nomes próprios femininos. Por exemplo:
- Desejamos tudo de melhor à (a + a) moça.
- Desejamos tudo de melhor a (só a preposição) moça.
Casos especiais onde ocorre crase
Nas locuções que têm núcleos substantivos femininos. Por exemplo:
- À bola.
- À caneta.
- À casa.
Antes dos substantivos masculinos quando as palavras “faculdade” ou “moda” (ou escola, empresa e análogos) estão subentendidas. Por exemplo:
- Ele cozinha à Eric Jacquin (à moda de Eric Jacquin).
Nos nomes de lugares se for antecedido do artigo a. Por exemplo:
- Vamos à Grécia. (Ir a + a Grécia). (Nós viemos da Grécia – da: preposição de + artigo a).
- Vou a Vancouver. (Ir a + Vancouver). (Vim de Vancouver – de: só preposição).
Quando se tem o conceito de morada, lar e não está acompanhada de um termo modificador ou restritivo, o termo casa não se antecede por um artigo. Por exemplo:
- Fui a casa buscar os livros.
O termo biblioteca, porém, vem precedido de artigo porque significa prédio, edifício, estabelecimento comercial. Também aconteceria com qualquer sociedade ou instituição.
- Fui à loja de Eleonora comprar os livros.
Antes de pronome relativo a qual. Por exemplo:
- A cidade à qual ele se referiu é muito pacata (referir-se a + a qual).
Antes de pronome de tratamento “senhora”, acompanhado pelo artigo definido. Por exemplo:
- Os policiais explicaram a situação caso à moça? (explicar a + a senhora).
No entanto, os pronomes de tratamento que se iniciam por um pronome possessivo não se antecedem de artigos, então, não acontece o uso da crase. Por exemplo:
- Eles explicaram a situação a Vossa Excelência?
Antes do termo terra, pois, na maior parte das acepções, vem precedido do artigo a. Por exemplo:
- Retornou à terra onde morou por tanto tempo (Retornar a + a terra).
- O pecuarista tem estima pela à terra onde trabalha (estima a + a terra).
Quando, no entanto, o termo terra opõe-se ao termo bordo, considera-se indeterminado, não admitindo artigo e nem crase. Por exemplo:
- Assim que o barco aportou, o passageiro desceu a terra.
Onde não usar a crase
Antes do pronome relativo que, quem, cuja, e do pronome em geral que não é acompanhado de artigo. Por exemplo:
- A mulher a que ou a quem ele se referiu foi sua funcionária (referir-se a + que).
Antes de substantivo feminino no plural, indefinido. Por exemplo:
- Eleonora tem total aversão a balões.
Entre substantivo igual, formando uma locução. Por exemplo:
- Dia a dia.
- Cara a cara.
- Gota a gota.
Antes de verbo, situação que não admite artigo. Por exemplo:
- Ele começou a fazer as atividades.
Depois de outra preposição, mas com exceção de até. Por exemplo:
- Esperamos Pedro desde as onze horas.
Quando ao uso da crase, é importante lembrar sempre que dois tipos de conteúdos da língua portuguesa são essenciais para um entendimento melhor das regras:
- Morfologia, a fim de saber qual é a distinção de preposição e artigo;
- Sintaxe, especialmente regência.
Seguindo esses exemplos e dicas você não vai mais errar o uso da crase e sempre tirará nota dez nos seus trabalhos!