Uso do hífen: veja em quais casos adicionar

Veja quando usá-lo com prefixos terminados em vogais e consoantes, locuções, e prefixos como "mal". Descubra exceções e evite erros.

O uso do hífen é um dos assuntos mais confusos na língua portuguesa, devido à quantidade de regras e exceções associadas a ele. Em linhas gerais, o hífen é um sinal gráfico que conecta palavras compostas, une pronomes oblíquos a verbos, liga certas palavras precedidas de prefixos e separa sílabas em um vocábulo, entre outras funções.

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Este pequeno traço desempenha várias funções na língua portuguesa, o que explica a grande quantidade de regras. Além disso, o Novo Acordo Ortográfico trouxe algumas alterações na aplicação do hífen. Sendo assim, resolvemos apontar os principais casos nos quais esse uso é essencial. Você nunca mais irá errar!

Casos em que há o uso do hífen

Se apresenta quando o prefixo de uma palavra termina em consoante e a segunda palavra começa com a mesma consoante. Exemplos:

  • Inter-regional;
  • Sub-bibliotecário;
  • Super-resistente.

É usado quando o prefixo é seguido por uma palavra que começa com “h”. Veja só:

  • Anti-higiênico;
  • Contra-habitual;
  • Super-homem;
  • Sobre-humano.

É utilizado quando o prefixo termina em vogal e a palavra seguinte começa com a mesma vogal. Exemplos:

  • Micro-ondas;
  • Micro-organismo;
  • Anti-inflamatório;
  • Contra-atacante;
  • Extra-alcance.

Mas é claro que essa regra não se aplica a palavras com os prefixos “-co”, “-pro” e “-re”. Nesses casos, mesmo que o prefixo termine com a mesma vogal que inicia a segunda palavra, o hífen não é utilizado. Exemplos:

  • Coordenar;
  • Reeditar;

O hífen também surge quando a palavra composta é formada pelo prefixo “-sub” seguido por uma palavra que começa com “r”. Dá uma olhada:

  • Sub-raça;
  • Sub-reino;
  • Sub-região.

Usamos o hífen com os prefixos -vice, -recém, -ex, -pós, -além, -aquém, -bem, -sem quando são seguidos de determinadas palavras. Exemplos:

  • Vice-presidente;
  • Recém-nascido;
  • Ex-namorado;
  • Pós-graduação;
  • Além-mar;
  • Aquém-oceano;
  • Bem-humorado;
  • Sem-terra.
Uso do hífen: veja em quais casos adicionar (Foto: Unsplash).
Uso do hífen: veja em quais casos adicionar (Foto: Unsplash).

Acaba sendo utilizado quando o prefixo “mal” é seguido de palavras que começam com vogal ou “h”. Exemplos:

  • Mal-intencionado;
  • Mal-humorado;
  • Mal-educado.

É usado com os prefixos “-circum” e “-pan” quando seguidos de palavras iniciadas por vogal, “m”, “n” ou “h”.

  • Circum-navegação;
  • Pan-americano.

O encontramos em nomes de espécies botânicas e zoológicas. Confira:

  • Andorinha-do-mar;
  • Erva-doce;
  • Capim-açu.

Também usamos o hífen quando os prefixos pré- e pró- são tônicos e independentes da segunda palavra.

  • Pró-vida;
  • Pré-fabricado.

Casos em que ele não é bem-vindo

Não usamos hífen quando o prefixo termina em vogal e a segunda palavra começa com uma vogal diferente.
Exemplos:

  • Autoavaliação;
  • Autoestima;
  • Coautor;
  • Semiárido.

Deixamos ele de lado quando o prefixo termina em vogal e a segunda palavra começa por consoantes diferentes de “r” ou “s”.

  • Autopeça;
  • Contracheque;
  • Extraforte.

Já não utilizamos hífen em locuções substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuntivas. Confere só:

  • Fim de semana;
  • Café com leite;
  • Sala de jantar;
  • Cão de guarda;
  • Dia a dia.

Mas é claro que ainda existem algumas exceções a essa regra, pois elas vêm do antigo Acordo Ortográfico. As palavras água-de-colônia e cor-de-rosa, por exemplo, são hifenizadas até hoje.

Quando o prefixo termina em vogal e a segunda palavra começa com “r” ou “s”, ele não é utilizado e, além disso, essas consoantes são duplicadas:

  • Antirrugas (anti-rugas);
  • Antissocial (anti-social);
  • Contrarreforma (contra-reforma);
  • Ultrassom (ultra-som);
  • Suprarrenal (supra-renal).

Mas é verdade que vale fazer uma ressalva. Caso os prefixos terminem com “r” e o segundo elemento também comece por essa mesma letra, o hífen deve ser utilizado. Veja os exemplos:

  • Hiper-requintado;
  • Inter-regional;
  • Super-romântico.

Não empregamos quando o prefixo termina em consoante e a segunda palavra começa por vogal ou outra consoante diferente. Confira abaixo:

  • Subemprego;
  • Superinteressante;
  • Superpopulação;
  • Hipermercado;
  • Intermunicipal.

Não utilizamos quando o prefixo é o advérbio “mal” e a segunda palavra começa com consoante.

  • Malpassado;
  • Maltratado;
  • Malvestido.

Questão para treinar

Aponte a alternativa em que o hífen foi utilizado incorretamente:

A) co-autor
B) antissocial
C) intermunicipal

Resposta

A) co-autor

Explicação: o hífen não é utilizado quando o prefixo termina em vogal, e a segunda palavra começa com uma vogal diferente. A forma correta é “coautor”.

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