O tal do verbo vicário: afinal, o que é isso?

Como ele funciona na substituição de outros verbos para evitar repetições e como utilizá-lo para melhorar a coesão textual?

Você sabe o que é um verbo vicário? Os verbos são uma das partes fundamentais da língua portuguesa, responsáveis por expressar ações, estados ou fenômenos. Sem eles, seria impossível descrever o que fazemos, sentimos ou pensamos. Mas você já parou para pensar em como os verbos realmente funcionam?

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Hoje, vamos explorar as principais características dos verbos, esclarecer suas funções e mostrar como usá-los corretamente no dia a dia. Vamos começar?

Verbo vicário

O que são verbos vicários, afinal? Neste texto, vamos explorar essa categoria verbal e mostrar como ela pode ser utilizada para tornar sua escrita mais coesa e fluida. Acompanhe!

Substituição e coesão

Verbos vicários são aqueles que substituem outros verbos dentro de uma frase, evitando a repetição e criando um efeito de coesão textual. Eles funcionam como elementos que conectam as ideias sem recorrer à repetição excessiva.

Vamos ver um exemplo:

Depois que se casou, Rita não sai mais como saía antigamente.
Depois que se casou, Rita não sai mais como fazia antigamente.

No segundo exemplo, o verbo “fazer” toma o lugar do verbo “sair”, evitando a repetição. Aqui, o verbo vicário age como um sinônimo que substitui a ação anterior, sem alterar o sentido da frase.

Verbos de ação vs. verbos de estado

Os verbos vicários são frequentemente usados para substituir verbos de ação ou de estado. Por exemplo, o verbo “fazer” pode substituir um verbo de ação:

Ele se exercita mais do que fazia quando era jovem.

Nesse caso, “fazia” ocupa o lugar de “se exercitava”, evitando a repetição. Já o verbo “ser” é comumente utilizado para substituir verbos de estado:

Se ela não aceita o convite, é porque não quer.
Se ela não aceita o convite, é porque não é de querer.

Aqui, “ser” substitui “não aceita”, mantendo a ideia, mas reformulando a frase para dar mais fluidez.

Entender como usar verbos vicários pode ser uma ferramenta valiosa para aprimorar a coesão em seus textos, tornando-os mais elegantes e claros.

E tem mais

No bom e velho português, os verbos são classificados de acordo com diferentes critérios, como significado, estrutura e conjugação. Abaixo, apresento os principais tipos de verbos, com explicações e exemplos:

1. Regulares

Os regulares são aqueles que seguem um padrão de conjugação nas três terminações verbais: “-ar”, “-er” e “-ir”. Eles mantêm o radical inalterado ao longo das flexões.

  • Exemplo (1ª conjugação -ar):
    Verbo “amar”:
    Eu amo, tu amas, ele ama, nós amamos, vós amais, eles amam.
  • Exemplo (2ª conjugação -er):
    Verbo “comer”:
    Eu como, tu comes, ele come, nós comemos, vós comeis, eles comem.
  • Exemplo (3ª conjugação -ir):
    Verbo “partir”:
    Eu parto, tu partes, ele parte, nós partimos, vós partis, eles partem.

2. Irregulares

Os irregulares não seguem o padrão de conjugação e apresentam alterações no radical ou nas terminações conforme são flexionados.

  • Exemplo:
    Verbo “fazer”:
    Eu faço, tu fazes, ele faz, nós fazemos, vós fazeis, eles fazem.
  • Exemplo:
    Verbo “ir”:
    Eu vou, tu vais, ele vai, nós vamos, vós ides, eles vão.

3. Auxiliares

Os auxiliares são usados junto a verbos principais para formar tempos compostos, vozes verbais ou locuções verbais. Os mais comuns são “ter”, “haver” e “ser”.

  • Exemplo (com verbo auxiliar “ter”):
    Eu tenho feito exercícios regularmente.
  • Exemplo (com verbo auxiliar “ser”):
    A casa foi construída rapidamente.

4. Defectivos

Defectivos são aqueles que não possuem todas as formas verbais, ou seja, não são conjugados em todas as pessoas ou tempos. Isso ocorre porque algumas formas são estranhas ao uso.

  • Exemplo:
    Verbo “abolir”:
    Eu , tu , ele abole, nós abolimos, vós abolis, eles abolem.
  • Exemplo:
    Verbo “colorir”:
    Eu , tu , ele colore, nós colorimos, vós coloris, eles colorem.

5. Impessoais

Impessoais são aqueles que não possuem sujeito e, por isso, só são conjugados na 3ª pessoa do singular. Normalmente indicam fenômenos naturais ou expressam ideias de tempo.

  • Exemplo (com verbo impessoal):
    Amanhece cedo no verão.
    Está chovendo muito.

6. Pronominais

Os pronominais são acompanhados por pronomes átonos, como “me”, “te”, “se”, que fazem parte da estrutura verbal.

  • Exemplo:
    Eu me levanto cedo todos os dias.
    Ela se arrependeu do que fez.

7. Transitivos

Transitivos são aqueles que exigem complemento para que a ação verbal tenha sentido completo. Podem ser transitivos diretos, indiretos ou diretos e indiretos.

  • Verbo transitivo direto:
    Verbo “comprar”:
    Eu comprei um livro (complemento direto).
  • Verbo transitivo indireto:
    Verbo “gostar”:
    Ela gosta de música (complemento indireto).
  • Verbo transitivo direto e indireto:
    Verbo “oferecer”:
    Ele ofereceu flores à mãe (complemento direto e indireto).

8. Intransitivos

Intransitivos não precisam de complemento, pois a ação expressa pelo verbo já é completa.

  • Exemplo:
    As crianças dormiram.
    O sol nasceu.

9. Reflexivos

Reflexivos indicam que a ação do sujeito recai sobre ele mesmo. São sempre acompanhados de pronomes reflexivos (me, te, se, nos, vos).

  • Exemplo:
    Ela se penteia todas as manhãs.
    Nós nos preparamos para o exame.
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