Vidas Secas: enredo, personagens e principais elementos da obra literária
A obra de Graciliano Ramos é considerada regionalista.
Publicado em 1938 pela primeira vez, o livro Vidas Secas, escrito por Graciliano Ramos, é considerado uma das mais relevantes obras da literatura brasileira do século XX. O romance retrata a vida difícil de uma família de retirantes que enfrenta a seca no sertão do Nordeste do país. A obra faz parte da segunda fase do Modernismo, sendo caracterizada pelo seu caráter realista e regionalista.
Tendo em vista a sua importância como cânone da literatura brasileira, Vidas Secas está constantemente presente nas listas de livros orbigatórios para provas de vestibulares e também pode aparecer na prova de Linguagens do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Confira a seguir um resumo completo sobre a obra!
Vidas Secas: Enredo
Considerada um marco da literatura regionalista brasileira, a obra Vidas Secas aborda temas como pobreza, desigualdade social e condições de vida no interior do país. É em um cenário árido e de seca duradoura que a trama se densenrola.
O livro de Graciliano é dividido em 13 capítulos e narra a trajetória de uma família composta por quatro integrantes: Fabiano, Sinhá Vitória (sua esposa) e os dois filhos do casal – que não são identificados por nomes e são referidos na narrativa por “menino mais novo” e “menino mais velho. Também aparece no enredo a cadela da família, chamada de Baleia.
O enredo da obra é iniciado com uma longa caminhada realizada pelos integrantes da família chefiada por Fabiano. O trajeto é difícil e inóspito, sem mesmo uma sombra para o descanso da família. Fabiano e sua família buscam por condições mínimas de vida. Assim, a narrativa acompanha a luta diária dessa família para sobreviver em meio à aridez do ambiente. Eles enfrentam a fome, a sede, o calor intenso e a opressão dos patrões das fazendas onde trabalham temporariamente como vaqueiros.
Ao longo da história, os personagens enfrentam diversos desafios e adversidades, como a morte da cadela Baleia e a exploração constante por parte dos fazendeiros, que os tratam como seres inferiores. Em diversos momento, o patrão sempre “passava a perna em Fabiano”, que não podia enfretá-lo e abaixava a cabeça.
Apesar das dificuldades, Fabiano e sua família tentam manter a esperança e continuar lutando por uma vida melhor. No entanto, a seca implacável e a miséria extrema acabam por moldar seus destinos. Assim, em Vidas Secas, o ator aborda temas como a desigualdade social, a exploração do homem pelo homem e a luta pela sobrevivência.
Personagens principais
Como mencionado, o personagem principal da obra é Fabiano, o chefe da família, que se considera bicho, devio as suas condições de vida. Também tem papel relevante na trama Sinha Vitória e seus dois filhos. Tanto Fabiano quanto Sinhá Vitória são pessoas brutas, sem instrução formal. No entanto, a esposa é descrita como mais esperta, sonha um pouco mais que o marido, desejando um dia dormir em uma cama de tiras e couros, deixando a cama de varas.
Os filhos do casal são descritos pelo autor como meninos comuns. Enquanto o mais velho é questionador e incomoda sua mãe com perguntas que ela não sabe responder, o mais novo é menos preocupado e sonha em ser como o seu pai.
O patrão de Fabiano também é um dos personagens que aparecem na narrativa, na mesma posição de superioridade que os policiais que humilham Fabiano, intimidando o homem com o ‘poder’ da farda.
Outras características
A linguagem usada por Graciliano Ramos é seca, direta, refletindo a vida parca e humilde da família. O livro é narrado por um narrador onisciente, que se vale do ponto de vista dos protagonistas para narrar os acontecimentos, podendo acessar seus pensamentos e sentimentos.
Com linguagem em prosa, a narrativa conta com bastante diálogos, marcados pela linguagem simples e coloquial dos sertanejos. O autor também utiliza simbolismo e metáforas para representar temas mais amplos, como a seca, a opressão social e a luta pela sobrevivência.
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