Vírgula em alta: veja quando, como e para que usar
Descubra as regras para a pontuação com adjuntos adverbiais e orações, garantindo uma escrita mais precisa e eficaz.
A vírgula é utilizada para indicar o deslocamento de um termo na sentença, criando uma pausa que modifica a entonação. Enquanto na fala a intenção de afirmar, exclamar ou perguntar é evidenciada pela variação vocal, na escrita, a pontuação cumpre o papel de representar graficamente essa entonação, ajudando a construir o significado desejado.
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Manual da vírgula
A vírgula é um sinal de pontuação essencial na escrita, utilizado para organizar e clarificar o texto. Suas principais funções incluem separar elementos em uma enumeração, como listas de itens ou características. Além disso, a vírgula é usada para separar orações coordenadas que são ligadas por conjunções, facilitando a compreensão das ideias apresentadas. Outra função é marcar a intercalação de termos explicativos, como aposto e vocativo, que oferecem informações adicionais sem interromper a fluidez da frase.
Ela também é empregada para separar adjuntos adverbiais deslocados, que são termos que indicam circunstâncias como tempo, lugar ou modo e que aparecem fora da ordem comum na sentença. Por fim, pode ser utilizada para isolar elementos repetitivos ou para destacar termos que, por alguma razão estilística, precisam de ênfase. Esses usos variados tornam a vírgula uma ferramenta valiosa para a clareza e a precisão na comunicação escrita.
Quando não devemos usar?
A estrutura padrão de uma frase em português é formada por sujeito, verbo e complementos. Quando essa ordem é mantida, não se deve utilizar vírgula. Em resumo, o sujeito e o predicado, assim como o verbo e seus complementos, não devem ser separados por vírgula.
Veja o exemplo:
- Ricardo comprou um carro para o filho.
Ricardo (sujeito) comprou (verbo) um carro para o filho (complementos).
Não se deve usar vírgula nem após “Ricardo” nem após “comprou” na frase usada acima, pois isso violaria as duas regras básicas mencionadas. Em uma frase curta, como a do exemplo, é mais fácil identificar os elementos sintáticos, como o sujeito, o predicado e o objeto direto e/ou indireto; no entanto, em frases mais longas, é preciso ter cuidado para não inserir uma vírgula com o intuito de marcar uma pausa e, assim, quebrar as regras gramaticais.
Quando usar?
Entender quando a vírgula é necessária pode ser complicado, mas algumas regras ajudam a esclarecer seu uso.
Adjuntos adverbiais em posição padrão
Se adicionarmos um adjunto adverbial ao final da oração, como no exemplo:
- Ricardo comprou um carro para o filho ontem.
A vírgula é opcional, então ambas as frases são corretas:
- Ricardo comprou um carro para o filho ontem.
- Ricardo comprou um carro para o filho, ontem.
Se houver mais de um adjunto adverbial, é preciso usar ao menos uma:
- Ricardo comprou um carro para o filho, ontem antes do almoço.
- Ricardo comprou um carro para o filho ontem, antes do almoço.
- Ricardo comprou um carro para o filho, ontem, antes do almoço.
Adjuntos adverbiais fora da posição padrão
Os adjuntos adverbiais podem ser colocados em diferentes posições na frase, o que é sinalizado pelo uso da vírgula para marcar uma pausa:
- Ontem, Ricardo comprou um carro para o filho.
- Ricardo, ontem, comprou um carro para o filho.
- Ricardo comprou um carro, ontem, para o filho.
Adjuntos adverbiais na forma de oração
Quando os adjuntos adverbiais são orações, geralmente se recomenda separar a oração subordinada adverbial da principal com vírgulas, a menos que a oração adverbial venha depois da principal:
- Ricardo comprou um carro para o filho quando chegaram as festas de fim de ano.
- Durante as festas de fim de ano, Ricardo comprou um carro para o filho.
- Ricardo comprou um carro, quando chegaram as festas de fim de ano, para o filho.