Você sabe por que os dias da semana têm “feira” no nome? Descubra agora!
O termo "feira" começou a ser empregado no ano de 563
Os nomes dos dias da semana que conhecemos hoje carregam uma rica história, enraizada nas tradições e crenças de diferentes culturas e religiões. Embora possam parecer familiares, existe uma fascinante explicação por trás da origem desses termos, repleta de curiosidades e revelações surpreendentes. Quer saber mais? Continue nesta matéria do Pensar Cursos.
A Influência do Latim
No coração da origem etimológica, encontramos a língua latina, que desempenhou um papel fundamental na construção dos nomes dos dias. A palavra “feira“, amplamente utilizada em português, deriva do termo latino “feria”, que significa “dia de descanso” ou “feriado”.
O Concílio de Braga: Um Divisor de Águas
Foi no ano 563 que essa nomenclatura ganhou destaque, graças a um importante concílio realizado pela Igreja Católica na cidade portuguesa de Braga. Nessa ocasião histórica, o bispo Martinho de Braga tomou uma decisão significativa: os nomes dos dias da semana, até então homenageando deuses pagãos, deveriam ser substituídos.
A Adoção Gradual da Nova Terminologia
Inicialmente, a ordem do bispo se aplicava apenas à Semana Santa, o período que antecede o domingo de Páscoa, quando os fiéis cristãos deveriam descansar. No entanto, com o passar do tempo, essa prática se espalhou e acabou sendo adotada para o ano inteiro, mas exclusivamente pelos portugueses.
Em contraste, outras línguas, como o espanhol, o francês e o italiano, mantiveram os nomes originais dos dias, muitos deles homenageando deuses ou astros celestiais. Curiosamente, as únicas exceções foram “sábado” e “domingo”, que derivam, respectivamente, do hebraico “shabbat” (o dia de descanso dos judeus) e do latim “Dies Dominicus” (o “Dia do Senhor”).
A Estrutura Semanal: Uma Confluência de Tradições
A divisão do tempo em semanas de sete dias não foi uma escolha aleatória. Essa estrutura reflete uma convergência de influências provenientes de diferentes culturas e crenças.
A Influência Bíblica e Babilônica
De acordo com a Bíblia, Deus criou a Terra em seis dias e descansou no sétimo. Essa narrativa encontrou eco nas tradições babilônicas, que também dividiam o ano em conjuntos de sete dias.
A Adoção Romana e a Influência de Constantino
Em 321 d.C., o imperador romano Constantino estabeleceu que os calendários ocidentais começariam a semana pelo domingo. Além disso, ele determinou definitivamente que as semanas teriam sete dias, consolidando uma prática que já vinha sendo adotada pelos romanos, embora com semanas de oito dias.
A Diversidade de Nomes em Diferentes Idiomas
Embora a influência do latim tenha sido significativa na língua portuguesa, outras línguas seguiram caminhos distintos na nomeação dos dias da semana. Muitas delas optaram por homenagear deuses ou astros celestiais, refletindo as crenças e tradições de suas respectivas culturas.
Exemplos de Nomes em Diferentes Idiomas
- Espanhol: Os nomes dos dias homenageiam deuses ou astros, como “Lunes” (Lua), “Martes” (Marte) e “Viernes” (Vênus).
- Sueco: Nomes como “Tisdag” (Dia de Tyr, deus nórdico da guerra) e “Torsdag” (Dia de Thor, deus nórdico do trovão) refletem a mitologia nórdica.
- Alemão: Além de nomes relacionados a deuses, como “Dienstag” (Dia de Tyr) e “Donnerstag” (Dia do trovão), há também “Mittwoch” (Média semana).
- Inglês: Os nomes dos dias homenageiam astros celestiais, como “Sunday” (Dia do Sol) e “Monday” (Dia da Lua), bem como deuses nórdicos, como “Tuesday” (Dia de Tyr) e “Thursday” (Dia de Thor).
Essa diversidade de nomes reflete a riqueza cultural e as diferentes influências que moldaram as tradições de cada idioma ao longo dos séculos.
A Importância da Preservação Cultural
Os nomes dos dias da semana não são apenas palavras, mas sim testemunhos vivos de nossa herança cultural e histórica. Eles carregam consigo as marcas das crenças, tradições e influências que moldaram nossas sociedades ao longo do tempo.
Ao compreendermos a origem desses termos, ganhamos conhecimentos valiosos sobre os nossos antepassados, suas visões de mundo e as conexões que estabeleceram com o universo ao seu redor.