Governo adia decisão sobre a volta do horário de verão para esta quarta-feira (16)

A expectativa atual é de que a medida seja adiada para o próximo ano

A decisão sobre o retorno do horário de verão em 2024 foi adiada para esta quarta-feira, dia 16. O governo federal deve analisar novos estudos apresentados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para definir se a medida será retomada neste ano ou não. Segundo fontes internas, a tendência atual é que o retorno do horário de verão ocorra somente em 2025, a menos que os novos dados do ONS mostrem uma necessidade urgente.

Avaliação do governo sobre a volta do horário de verão

Dentro do governo, a ideia predominante é que a volta do horário de verão só deve acontecer em 2024, e isso somente se os novos estudos do ONS demonstrarem que a medida é estritamente necessária para garantir a eficiência do sistema elétrico. Mesmo que a necessidade seja identificada, a implementação neste ano seria descartada até o segundo turno das eleições, marcado para o dia 27 de outubro.

Impacto da seca no debate sobre o horário de verão

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, havia considerado o retorno do horário de verão para 2024 devido à forte seca que está afetando várias regiões do país. A seca pode sobrecarregar o sistema elétrico, aumentando a demanda por energia. Contudo, a chegada do período chuvoso e a pressão de setores específicos, como as empresas aéreas, enfraqueceram o debate. Essas companhias já haviam planejado e vendido passagens sem levar em conta a mudança de horário, o que poderia gerar complicações logísticas e financeiras.

A sociedade quer a volta do horário de verão?

A volta do horário de verão também dividiu opiniões entre diferentes setores da economia. Enquanto parte da indústria temia um aumento nos custos operacionais, setores como o turismo, bares e restaurantes apoiavam a ideia. Para esses setores, o horário de verão favorece um aumento no movimento de clientes, especialmente durante as horas mais longas de sol, o que impacta positivamente a economia.

Por outro lado, empresas aéreas teriam que redesenhar suas malhas de voos, gerando um desafio logístico significativo. Como as passagens já foram vendidas sem considerar a mudança de horário, isso geraria complicações operacionais e ajustes de última hora.

Quando o horário de verão vai começar?

Na semana passada, o ministro Alexandre Silveira ressaltou que o período mais relevante para a aplicação do horário de verão seria entre 15 de outubro e 30 de novembro. Segundo ele, essa época do ano concentra os maiores benefícios da medida em termos de economia de energia e gestão do consumo.

Embora o horário de verão continue a ter alguma relevância após esse período, sua importância diminui gradualmente, afirmou o ministro. Essa janela de tempo, entre outubro e novembro, é considerada o momento mais crítico devido ao aumento do consumo de energia durante os dias mais longos e quentes.

A volta do horário de verão foi recomendada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).
A volta do horário de verão foi recomendada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). Imagem: Freepik

Argumentos a favor da economia de energia

Alexandre Silveira também destacou que o retorno do horário de verão poderia ajudar a aliviar o sistema elétrico em um “momento crítico”, quando o país enfrenta a combinação de seca severa, altas temperaturas e picos de consumo, que normalmente ocorrem no final da tarde. Nessas condições, a mudança no horário ajudaria a distribuir melhor a demanda energética, reduzindo a pressão sobre o sistema.

Contudo, vale lembrar que o horário de verão foi suspenso em 2019, após estudos indicarem que a economia de energia gerada pela mudança nos relógios era mínima. Na época, o governo concluiu que o impacto econômico da medida já não justificava sua continuidade, dado o avanço de novas tecnologias de iluminação e gestão de energia.

Debate sobre a relevância do horário de verão

Mesmo com os argumentos a favor da economia energética e da gestão do consumo, o debate sobre o horário de verão continua. Em 2019, quando o Brasil abandonou a medida, estudos indicavam que a economia gerada era insignificante, especialmente devido à modernização dos sistemas de iluminação e à adoção de tecnologias mais eficientes em residências e indústrias.

Desde então, o tema voltou à tona em momentos de crise hídrica ou de aumento da demanda por energia, como o que o país enfrenta atualmente. No entanto, a decisão de retomar ou não a prática do horário de verão ainda depende de uma análise detalhada do ONS sobre a necessidade real da medida no contexto atual.

Qual impacto no setor elétrico?

Para o setor elétrico, a possível volta do horário de verão tem um impacto direto na gestão de energia. O principal benefício da mudança nos relógios é o deslocamento do pico de consumo de energia para horários em que há maior oferta de luz natural. Isso pode ajudar a reduzir a pressão sobre as usinas geradoras de energia, especialmente durante os períodos de maior demanda.

Entretanto, o efeito prático dessa economia é questionado. Com a adoção de tecnologias mais eficientes, como lâmpadas de LED e sistemas automatizados de controle de energia, o impacto da medida se tornou cada vez menor, o que justifica o debate sobre sua real utilidade.

Quais setores serão beneficiados pela volta do horário de verão?

Embora a indústria e parte do setor de transportes tenham receios quanto ao retorno do horário de verão, segmentos como turismo, bares e restaurantes veem a medida como uma oportunidade para aumentar suas receitas. O prolongamento das horas de luz do dia incentiva o consumo e o lazer, favorecendo esses negócios, que se beneficiam de mais tempo disponível para atrair clientes.

Para esses setores, o horário de verão é sinônimo de maior movimento, especialmente nas regiões turísticas, onde as pessoas costumam aproveitar mais as atividades ao ar livre durante os dias mais longos.

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