Decisão sobre a volta do horário de verão será divulgada nesta terça-feira (15)

A declaração foi feita pelo Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira

O debate em torno do retorno do horário de verão no Brasil está prestes a chegar a uma conclusão. Após anos de interrupção e especulações, o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que suspendeu suas férias para finalmente bater o martelo sobre o tema nesta terça-feira (15). A declaração foi feita durante o II Fórum Internacional Esfera, em Roma, onde o ministro discutiu os prós e contras dessa medida controversa.

Qual o impacto energético e econômico do horário de verão?

Segundo Silveira, a interrupção do horário de verão em 2019 pode ter sido um dos elementos que ajudaram a desencadear o quase colapso energético vivido pelo Brasil em 2021, um episódio que gerou custos elevados para os consumidores brasileiros. Os principais pontos a serem avaliados na decisão são o impacto econômico para o consumidor e a segurança energética do país.

Daniela Pederneiras, especialista em finanças e CEO da Double Check Consultoria, compartilhou sua perspectiva sobre os possíveis impactos econômicos. Ela explicou que, embora setores como turismo, lazer e comércio possam se beneficiar do aumento da movimentação em bares, restaurantes e shoppings, o setor industrial pode enfrentar desafios, como desajustes nos turnos de trabalho e redução da produtividade.

Haverá economia significativa de energia?

Segundo Pederneiras, a expectativa é que a adoção do horário de verão resulte em uma redução de 2,9% na demanda máxima de energia elétrica e uma economia de aproximadamente R$ 400 milhões para a operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) apenas entre os meses de outubro e fevereiro. No entanto, ela ressaltou que, devido às mudanças no perfil de consumo dos brasileiros, o horário de verão tem um impacto muito pequeno no valor final da conta de luz dos consumidores.

Como funciona o horário de verão?

O horário de verão é uma prática adotada para adiantar o relógio em uma hora durante a primavera e o verão, com o objetivo de economizar energia elétrica. Como esses são os meses com maior tempo de luz solar, ao adiantar o horário, a população pode aproveitar todo o potencial de luminosidade durante o dia e gastar menos energia com luzes artificiais.

Veja todas as novas atualizações sobre o horário de verão 2024.
Veja todas as novas atualizações sobre o horário de verão 2024. Imagem: Shutterstock

 

Os criadores do horário de verão foram o construtor britânico William Willett e o entomologista e astrônomo da Nova Zelândia, George Vernon Hudson. No Brasil, a primeira implementação dessa medida ocorreu em 1º de outubro de 1931, por meio do Decreto 20.466 de 1931. Na época, a Presidência da República era responsável por definir a duração e a extensão dessa prática no país.

Quando o horário de verão começou no Brasil?

A prática do horário de verão durou até 2007 no Brasil e, de 2008 a 2017, com o decreto n° 6.558/2008, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O horário de verão vigorava a partir do terceiro domingo de outubro até o terceiro domingo de fevereiro. Em 2018, a data de início foi alterada para novembro. No entanto, em abril de 2019, o presidente Jair Bolsonaro decretou o término dessa prática no Brasil.

Considerações do ministro Alexandre Silveira

Na avaliação do Ministro Alexandre Silveira, o horário de verão tem uma transversalidade em todas as políticas, e há setores que são extremamente afetados com a mudança. Ele enfatizou a importância da previsibilidade, afirmando que o período entre 15 de outubro e 30 de novembro é quando o horário de verão tem maior relevância, e sua importância diminui gradualmente após esse período. Isso permitiria que os setores mais afetados, como o aéreo, tenham tempo para se programar adequadamente.

Por que o governo ainda não decidiu?

Silveira deixou claro que o horário de verão só será adotado se for imprescindível para assegurar energia e diminuir custos, sem impactar negativamente os consumidores. Ele ressaltou que, se houver risco energético, não haverá outra opção além do horário de verão.

Impacto setorial

Diferentes setores podem ser afetados de maneiras distintas pela adoção do horário de verão. Enquanto alguns podem se beneficiar do aumento da movimentação e do consumo, outros podem enfrentar desafios operacionais e logísticos.

Setor de turismo e hospitalidade

O setor de turismo e hospitalidade, incluindo hotéis, restaurantes e atrações turísticas, pode se beneficiar do horário de verão. Com mais horas de luz natural disponíveis no final do dia, os visitantes e moradores locais têm mais tempo para desfrutar de atividades ao ar livre e explorar a cidade. Isso pode levar a um aumento no consumo em bares, restaurantes e outros estabelecimentos de lazer.

Setor de varejo e comércio

O horário de verão também pode ter um impacto positivo no setor de varejo e comércio. Com mais horas de luz natural disponíveis após o horário comercial regular, os consumidores podem estar mais propensos a visitar centros comerciais, lojas e outros estabelecimentos comerciais. Isso pode resultar em um aumento nas vendas e no movimento de clientes.

Setor industrial

Por outro lado, o setor industrial pode enfrentar desafios com a adoção do horário de verão. As mudanças nos turnos de trabalho podem causar desajustes e afetar a produtividade das operações industriais. Além disso, as empresas podem precisar ajustar seus horários de funcionamento e logística para se adequar à nova realidade.

Setor de transporte e logística

O setor de transporte e logística também pode ser impactado pelo horário de verão. As empresas de transporte aéreo, rodoviário e ferroviário podem precisar ajustar seus horários de partida e chegada, bem como suas operações de carga e descarga. Isso pode exigir uma coordenação cuidadosa para evitar atrasos e interrupções nos serviços.

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