“Voz ativa” X “voz ativa”: veja como usá-las na redação do Enem
Você sabe o que significa voz ativa e voz passiva
A escolha entre voz ativa e voz passiva em uma redação é mais do que uma simples questão gramatical; ela pode ser determinante na clareza, objetividade e impacto do texto. No contexto do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a capacidade de expressar ideias de maneira clara e persuasiva é determinante. Por isso, é fundamental saber quando e como empregar cada uma dessas estruturas para desenvolver um texto coeso e bem articulado. Entenda nesta matéria, as diferenças entre a voz ativa e a voz passiva, os impactos de cada uma na comunicação escrita e como usá-las estrategicamente na redação do Enem.
O que é voz ativa?
Na voz ativa, o sujeito é o agente da ação, ou seja, é ele quem realiza a ação expressa pelo verbo. Essa construção é clara e direta, o que torna a mensagem fácil de entender. Por exemplo, na frase “Os estudantes elaboraram a redação”, “os estudantes” é o sujeito que executa a ação de “escrever”. A voz ativa, portanto, coloca em evidência quem faz o quê, tornando o texto mais claro e dinâmico.
No contexto da redação do Enem, a voz ativa é recomendada, pois contribui para a fluidez do texto e a clareza na exposição das ideias. Ao utilizar essa estrutura, o candidato consegue expressar suas opiniões e argumentos de maneira direta, o que é altamente valorizado pelos corretores. Um texto com predominância de voz ativa tende a ser mais envolvente, mantendo o leitor atento e facilitando a compreensão da linha argumentativa.
O que é voz passiva?
A voz passiva, por outro lado, coloca o foco no objeto da ação, em vez de no sujeito que a realiza. Isso significa que o sujeito da oração na voz ativa se transforma em complemento na voz passiva. Por exemplo, a frase “A redação foi elaborada pelos estudantes” é a forma passiva de “Os estudantes elaboraram a redação”. Nessa construção, o foco se desloca para “a redação”, enquanto “os estudantes” tornam-se um detalhe adicional.
A voz passiva é frequentemente utilizada quando se deseja destacar o objeto da ação ou quando o agente (quem realiza a ação) não é importante ou é desconhecido. No entanto, essa estrutura tende a ser mais longa e menos direta, o que pode comprometer a clareza e a objetividade do texto. Em redações do Enem, o uso excessivo da voz passiva pode dar a impressão de que o candidato está “enrolando” ou tem dificuldade em articular suas ideias de forma direta. Portanto, muita atenção!
A seguir, veja 3 frases construídas na voz ativa e voz passiva:
- Voz ativa: O professor corrigiu as provas. Voz passiva: As provas foram corrigidas pelo professor.
- Voz ativa: A empresa lançou um novo produto. Voz passiva: Um novo produto foi lançado pela empresa.
- Voz ativa: Os alunos realizaram o experimento. Voz passiva: O experimento foi realizado pelos alunos.
Quando usar cada uma?
A escolha entre voz ativa e voz passiva deve ser estratégica. A voz ativa é ideal para a maioria das situações, especialmente quando se trata de expor argumentos, apresentar opiniões e narrar acontecimentos de forma clara e objetiva. Ela é particularmente útil nas redações do Enem, onde a coesão e a coerência são critérios fundamentais para uma boa pontuação.
Entretanto, a voz passiva também tem seu lugar. Ela pode ser útil em situações onde o sujeito agente não é relevante ou é desconhecido, ou ainda quando se deseja dar ênfase ao resultado da ação, e não a quem a praticou. Por exemplo, ao abordar temas científicos ou resultados de pesquisas, a voz passiva pode ser mais apropriada: “Foi descoberto que o aumento das temperaturas tem impacto significativo na biodiversidade.” Neste caso, a estrutura passiva coloca o foco no resultado da descoberta, que é o ponto central da frase.
Estratégias de uso na redação do Enem
Para utilizar a voz ativa e a voz passiva de forma eficaz na redação do Enem, é importante considerar o objetivo de cada parágrafo. Em introduções e conclusões, onde o objetivo é deixar claro o ponto de vista do autor, a voz ativa é geralmente mais eficaz. Já em parágrafos de desenvolvimento, onde se apresenta informações, dados ou análises, pode haver espaço para a voz passiva, especialmente se o foco for nas consequências ou nos resultados de determinados fenômenos. Contudo, faça isso na medida.
Além disso, é fundamental evitar o uso excessivo da voz passiva. Um texto predominantemente passivo pode parecer monótono e distante, o que pode prejudicar o envolvimento do leitor e, consequentemente, a nota da redação. Por outro lado, a voz ativa, quando usada com sabedoria, confere vivacidade ao texto, fazendo com que as ideias fluam de maneira mais natural.